A professora Elisa, da disciplina Estética em Comunicação, em todas as aulas vivia falando deste Instituto de Arte, ouriçando muito a curiosidade dos alunos. Todos ficavam se perguntando o que havia de tão espetacular para que ela ficasse todas as aulas falando sobre aquele desconhecido e inusitado lugar para nós. Com a sabedoria de uma grande professora, Elisa, logo imaginou que ficar apenas falando não iria adiantar em nada. Tomou uma decisão e decidiu levar todos os alunos da disciplina para conhecer o lugar. Mas que complicação que foi para conseguir essa viagem. No começo, nos informaram que a passagem seria de R$ 160,00, apenas para o ônibus. A idéia de conhecer as artes contemporâneas parecia distante, pois os alunos não teriam como estar pagando esse valor para viajarem. Mas com um projeto bem feito, enviado á pró-reitoria pela professora, conseguiu que a viagem seria “na faixa”, isso mesmo, sem pagar nada. Apenas a entrada em Inhotim. A turma toda ficou eufórica. Na semana da viagem, Elisa passou as orientações sobre a viagem, o que poderia ou não fazer. Era grande a ansiedade para chegar o dia 14. Na sexta feira, dia 13,horas antes de partimos, ainda tínhamos 3 aulas, que pareciam que não terminavam nunca. Terminada as aulas as 10h30, os 20 alunos que iriam viajar foram embora para buscar suas coisas nas suas casas e voltar para embarcar ás 00h00.
A galera toda reunida dentro da universidade no local marcado, esperava ansiosamente pela chegada do ônibus. A expectativa era muito grande, todos apreensivos até a chegada “busão”. Pouco a pouco fomos subindo e ocupando as poltronas. Fomos nos acomodamos e guardando as coisas. Quando a professora avisa: “Todos com o documento na mão porque o motorista, Senhor Matias, iria passar olhando se a documentação pedida estava correta. Mas ninguém esperava por uma surpresa, Lorena, estudante de Publicidade e propaganda não encontra sua Identidade, e o clima começa a ficar tenso, e talvez sua viagem estaria comprometida. Não encontrando o documento, a aluna se desespera, e liga para sua mãe tentar encontrar ela de qualquer maneira que há poucos minutos ela estaria passando lá para pegar. Isso porque o motorista, muito paciente disse que poderia passar próximo de sua casa para estar pegando seu documento. Não passou de 20 minutos e estava lá, Lorena toda suada com sua identidade na mão. E a viagem prosseguiu.
Para muitos, na ida seria uma bagunça, pois era a primeira viagem da turma juntos, mas não aconteceu nada disso. Com a as luzes apagadas, a maioria da galera que se encontrava da metade do ônibus para frente foi dormindo, como Aírton, Wallace, Cristian, Professora Elisa, Jeferson, Pabliene, entre outros. Já a turma do fundo não fazia nenhuma farra, sem barulho algum, apenas conversavam bem baixinho respeitando os colegas de turma que estavam descansando.
Mas nem tudo estava tão quieto. De repente, as duas últimas poltronas começam a ficar inquietas. É um vai e volta de pessoas, sem saber que estar sentado lá. Em certo momento se param de mudar de lugar, mas não de se mexerem. As pessoas que sentaram no fundo não paravam de se mexer, e o que vocês acham? Como eu sentei na penúltima poltrona, era impossível de dormir. E o banheiro? Era um entre e sai. Com uma ou duas pessoas? Então, continuando, as 04h30 paramos em um posto para esticarmos as pernas e comer alguma coisa. Nem todos desceram, apenas alguns alunos quiseram comer algo, ir ao banheiro e voltaram para o busão. Depois de um bom tempo sem dormir e de muita “inquietação” no fundo e no banheiro, todos dormiram.
De repente ás 07h30 da manhã, ouvi um grito: “Chegou gente, chegou.”. Acordando todo mundo que ainda estava dormindo, quem será que era que gritava? Lógico que era o Was. Ele só faz isso. Chegamos? Nem pensar ainda tinha muito chão pela frente. Mas depois de acordar, todos começaram a se arrumar. Meninas tiraram suas nécessaires da mochila e começavam a se produzir. Maquiagem, escova, brincos, anéis rolavam solto no ônibus. O principal acessório que predominava em todos os rostos eram os óculos de sol. E a Elisa, nossa professora á procura de seu travesseiro que havia perdido no dentro do ônibus. Chegando na cidade, ás 08h00, já se via o sol brilhando. A primeira parada em Brumadinho foi na Padaria Machado. Todos desceram e compraram Danone, pão de queijo, refrigerantes, salgadinhos, para se manterem fortes para longa caminhada que viria em alguns minutos. Fugindo um pouco da padaria e dos colegas, duas alunas foram em um salão de beleza para dar uma escovada no cabelo e uma maquiada básica. E ouço um grito: “ Léo, se você contar para alguém eu te mato. Viu?”. Sem nenhuma dúvida não contém, lógico. E om todos já alimentados, arrumados, partimos para o Instituto.
Chegando na portaria de Inhotim, ainda tivemos que esperar alguns minutos para entrar. Mas as fotos começaram a serem tiradas ali mesmo, podendo ser avistadas algumas obras externas. Juntando a turma, dezenas de fotos foram tiradas para guarda de recordação da viagem especial que fizemos. Enfim, eles autorizaram a entrada no parque. Não tinha como esconder a ansiedade, todos iam admirando a paisagem logo na entrada e passavam para adquirirem o “passaporte do conhecimento”. Assim que entramos, já avistamos um grande lago com dois patos negros que encantaram á todos que olhavam. Fotos e fotos foram tiradas dos ilustres moradores.
A primeira obra a ser visitada foi a de Cildo Meireles, se chama Através.Todos se surpreendiam com aqueles vidros quebrados, aquele aquário que davam um ar de agonia e arrepiam ao pisar nos cacos. De pouco á pouco fomos visitando cada obra de Inhotim, e a cada visita, um grande conhecimento e ao mesmo tempo nos surpreendo com aquelas obras, que para nós eram muito estranhas. Depois de um longo tempo andando pelas obras, chegava a hora do almoço. Um belo restaurante chamava a atenção de todos, e o preço também. Não agradando á todos, alguns foram comer salgados e lanches levados pelos alunos e outros almoçaram no restaurante local. Após o lanche e o almoço, sentaram e alguns até deitaram em uma pracinha toda de madeira e um ar bem agradável. Após algum tempo de descanso, fomos ao a obra mais esperada de todas, “O Som da Terra”. Como ela se localiza acima do parque, tivemos que ir de ônibus fornecido pelo parque. É uma grande emoção e surpresa. Isso porque, ao admirar aquela obra por fora e por dentro, nos damos de frente com uma grande estrutura de vidro e bem planejada. Todos ficavam de boca aberta com uma obra que é assunto no Brasil inteiro, sendo até mostrada em uma matéria do programa Fantástico. Mas um dos motivos de descontração da turma foram os carrinhos. Nas obras como “O Som da Terra”, que precisavam deles para chegarmos foi uma diversão para todos. O veículo não passava dos 15kph, mas com aquela mata fechada, curvas que nos deixavam as espreitas, davam um ar de rally no meio de Inhotim.
Cores variadas tomavam conta de todo parque. Ficávamos perdidos, sem saber para onde olhar, um lugar fora do comum. As plantas, árvores de formas diferentes, pássaros e o ar de tranqüilidade faziam seu espetáculo á parte.
O relógio já marcava 16h00, e a turma estava cansada. Mas não de ver as obras, e sim pela viagem que foi cansativa e o calor atrapalhava naquele fim de tarde. Entrando em um consenso decidimos arrumar as coisas e irmos embora. Primeiro, sentamos em uma lanchonete para fazer uma pausa e quem quisesse ir ao banheiro que fosse, mas sem demora. Mas quem disse que mulher não demora. Foram quase 20 minutos dentro do banheiro e nada delas. EEeee mulheres. Enfim, fomos todos de pouco em pouco rumo ao ônibus. No meio do caminho, adivinhe? Paramos para ver mais três obras. Era impossível resistir. Logo após paramos na lojinha da recepção para comprar alguma lembrancinha. Marina, estudante de PP comprou um chaveirinho, e diz: “não vou usar, apenas guardar de recordação”, afirma sorrindo. Então, aí sim fomos para a portaria pegar o “busão”, mas cadê ele? Ninguém o avistava. E com muita “preocupação e gentileza”, Was e Júnior vão atrás dele. Passa alguns minutos e nada da nossa condução, e dos meninos também. O que será que eles estavam aprontando? Eu não sei. Até que enfim chegaram, os alunos e o Sr.Matias com o ônibus. Todos entram, menos a professora. Ela ainda estava á procura de seu travesseiro, que ela jura que levou na viagem. Mas ninguém viu esse travesseiro, nem a cor dele. Depois de muito tempo de conversa entre a Camila e ela partimos de volta á Uberaba.
Como todos estavam exaustos ninguém ouvia nada, ninguém falava nada, a maioria estavam dormindo. Com as luzes apagadas, ouviam-se apenas os barulhos dos carros, buzinas, e faróis que passavam pela rodovia.Com uma parada em um posto para esticarmos as pernas, comer alguma coisa , acho que alertou a galera. Ao entrar no ônibus ninguém mais dormia. Quer dizer, apenas as poltronas da frente se viam as luzes apagadas. Mas o fundo, não tinha perdão, a bagunça rolava solta. Músicas foram desenterradas no meio da cantoria, como: Dança da motinha, Carolina, segura o Tchan, entre várias outras cantadas pela turma, e todos bem afinados, rsrsrsrsrs. Foi uma “zueira” só. E a Júlia? Revelou-se uma Grande dançarina. Dança muito. E a Fabi registrando toda festa que rolava no fundão. Mas infelizmente a viagem estava chegando ao fim. Passando por Araxá, deixando Wallace, Ana Luíza e Camila que moram lá. Faltando uma hora para o término da viagem, o silêncio tomava conta do ônibus. Eu mesmo que não gosto muito de dormir em viagens, não teve jeito, o sono transbordava em mim e em meus colegas.
Chegando á Uberaba, o pessoal foi acordando de pouco a pouco, pegando suas mochilas e ligando para os familiares para irem buscá-los. Descendo do ônibus na porta da Universidade se via todos cansados e loucos por um banho e um bom sono. Mas com a alegria e a emoção que foi a primeira viagem da turma.
Bom, essa viagem foi maravilhosa. Digo em meu nome e em nome de todos que essa viagem irá ficar marcada para sempre em nossa mente. E podem ter certeza que foi a primeira de muitas. Para os que foram, só alegria, e para os que não foram, é esperar a próxima para sentir o calor da galera e a união que é viajarmos todos juntos. E já pensem na próxima em galera, no próximo semestre tem que ter mais. Ééééééeééééééééééééé muitooooooooooooooooooooooooo bommmmmmmmmmmmmmmmmm.